Agora já sou grande
Já não faço colecções de folhas,
Nem de borrachas,
Ou de latas e calendários
Não salto ao elástico,
Nem jogo à macaca
Deixei de ser a "Ana Papi da Fonte da Telha"
Não tenho medo do escuro,
Nem imagino monstros horrendos no meu quarto
Ás vezes,
Apetecia-me tudo isto outra vez...
Tenho outros medos,
Outros monstros
E já ninguém me quer dizer,
O que é certo,
O que é errado
Ninguém me quer indicar o caminho
Acham que já sei,
Mas eu sei que não...
Já sou crescida
Mas não sei se quero
No fundo,
Continuo a sentir-me pequenina,
Muito pequenia