Conversas com a avó

- Então e se casares, como é que vais fazer? Pela Igreja?

- Não, não acredito muito em Deus.

- Não digas isso! Pareces o teu avô... fartava-se se dizer que era ateu...

- Não achas que se Deus existe, anda um pouco distraído ultimamente?

- Não digas isso Patrícia...

Ateu, o meu avô era ateu... e mesmo assim, não se conseguiu escapar depois de morto a salpicadelas de água benta, a missa de corpo presente, a rezas desnecessárias de muitas pessoas que não sabiam o que ele amava em vida... Tenho saudades tuas.

30!!!
...e tanto ainda para conhecer...

"Fazer 40, 50 ou 60 é um outro ritual, uma outra crónica e um dia eu chego lá. Mas fazer 30 anos é mais que um ritual de passagem, é um ritual de iniciação, um acto realmente inaugural. Talvez haja quem faça 30 anos aos 25, outros aos 45, e alguns, nunca. Sei que tem gente que nunca fará 30 anos. Não há como obrigá-los. Não sabem o que perdem os que não querem celebrar os 30 anos. Fazer 30 anos é coisa fina, é começar a provar do néctar dos deuses e descobrir que sabor tem a eternidade. O paladar, o tacto, o olfacto, a visão e todos os sentidos começam a tirar prazeres indizíveis das coisas. Fazer 30 anos é passar da recta à curva. Fazer 30 anos é passar da quantidade à qualidade. Fazer 30 anos é passar do espaço ao tempo." - In "A Mulher Madura", 1986